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Home›Informações›Artigos›Trinta anos atrás São Paulo escolheu seus líderes educacionais por capacidade técnica

Trinta anos atrás São Paulo escolheu seus líderes educacionais por capacidade técnica

By prof. Hubert
13 de maio de 2025
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Por Hubert Alquéres

Rose Neubauer, Lila Covas e Mario Covas

Em 12 de maio de 1995, o Diário Oficial do Estado de São Paulo trazia a publicação de uma lista que, à época, representou uma ruptura corajosa com velhas práticas da administração pública: os nomes dos novos Delegados de Ensino aprovados por processo seletivo. Pela primeira vez, um governo estadual — liderado por Mário Covas — optava por selecionar os responsáveis regionais pela gestão educacional com base em critérios técnicos e não por indicação política.

Trinta anos depois, essa decisão ainda se impõe como referência de boa política pública. Em um país onde o clientelismo costuma corroer a eficiência do Estado e a educação muitas vezes é capturada por interesses alheios ao interesse público, a lição deixada pela gestão Covas é clara: é possível construir uma gestão educacional baseada em qualidades técnicas, transparência e compromisso pedagógico.

Sob a liderança da então secretária Rose Neubauer, e com o apoio de profissionais renomados, o processo foi conduzido com rigor e inovação. À época, tive a honra de participar diretamente dessa construção como secretário adjunto da Educação — hoje equivalente ao cargo de secretário executivo.

Para garantir isenção e qualidade no processo, foi contratada a Fundação do Desenvolvimento Administrativo (FUNDAP), que organizou e executou todas as etapas da seleção de forma independente. O objetivo era claro: identificar, entre os quadros da própria Secretaria da Educação, os profissionais mais qualificados e comprometidos com as novas diretrizes da política educacional.

Mais de mil candidatos se inscreveram. Passaram por provas, entrevistas, apresentação de planos de trabalho e análise de trajetória. Pela primeira vez, professores com experiência em sala de aula puderam disputar esses postos ao lado de diretores de escola e supervisores de ensino — e muitos deles foram selecionados. Os então Delegados de Ensino — hoje chamados de Dirigentes Regionais de Ensino — passaram a liderar regiões com base em sua competência técnica, mas também por sua capacidade de diálogo com os profissionais da rede, com prefeitos e lideranças comunitárias.

A reação política foi previsível: prefeitos e deputados tentaram emplacar seus nomes, como sempre fora feito. Não conseguiram. Covas bancou a mudança. E o resultado foi a constituição de uma rede de lideranças educacionais conectadas com as necessidades reais das escolas e dos alunos.

Esses dirigentes exerceram papel estratégico na implementação de uma nova política educacional: combate à evasão e à repetência, implantação dos ciclos de aprendizagem, do sistema de avaliação externa, reorganização da rede, descentralização de recursos, municipalização e, importantíssimo, valorização docente. Elaboraram seus planos de trabalho e participaram ativamente da construção de uma escola pública mais justa e efetiva, com foco no aprendizado dos alunos. Muitos, aliás, se credenciaram a partir dessa experiência para alçar novos voos na área da educação, chegando à condição de secretários municipais em cidades importantes do estado. Foi o caso de Maria Teresinha del Cistia, em Sorocaba, e Cleide Bauab Bochixio, em Santo André.

Hoje, “mérito” costuma despertar desconfiança ou oposição. Mas naquele momento, mérito significava qualificação, compromisso e capacidade de liderar com justiça — em favor da escola pública, e não contra ela. E foi isso que se buscou: lideranças preparadas para servir ao interesse público com competência e espírito democrático.

O episódio, além de histórico, é atual. Num momento em que se discute em todo o país a profissionalização das lideranças escolares e a necessidade de blindar a gestão educacional da partidarização e do improviso, convém lembrar que há bons precedentes a seguir. Não faltam diagnósticos. Falta coragem.

O Brasil precisa voltar a discutir seriamente a seleção de lideranças públicas com base em capacidades técnicas e compromisso com o bem comum. A experiência de São Paulo em 1995 — agora, há exatos 30 anos — mostra que é possível fazer diferente. Que é possível fazer melhor. E que a boa política educacional começa com boas escolhas nos postos-chave do sistema.

Paulo Renato Souza, Ministro da Educação, e Rose Neubauer

Hubert Alquéres é presidente da Academia Paulista de Educação.

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