Beatriz Leonel Scavazza toma posse na Academia Paulista de Educação

Ao ocupar a Cadeira de número 21 na Academia Paulista de Educação, a professora Beatriz Leonel Scavazza homenageou o patrono da cadeira, Professor Fernando Azevedo. Ela sucedeu o Professor Moacyr Expedito Marret Vaz Guimarães.
Leia a íntegra do discurso da professora Bia Scavazza:
“Prezado Prof. Hubert Alquéres, presidente da Academia Paulista de Educação, confrades e confreiras presentes. Prezado Roque Theophilo Júnior, presidente do Conselho Estadual de Educação, em nome de quem cumprimento os demais conselheiros aqui presentes.
Prof. Mauro Aguiar, membro do Conselho Estadual de Educação, a quem agradeço particularmente pela acolhida.
Meus caríssimos amigos e familiares.
Seria desnecessário, pelo que é evidente, mas é obrigatório, pelo dever da gratidão, dizer a vocês da honra que representa esta minha investidura na Cadeira 21 da Academia Paulista de Educação.
Suceder nela dois grandiosos professores. O patrono Fernando de Azevedo, nada menos do que um pilar da educação pública brasileira: participou da criação do Ministério da Educação em 1930, da elaboração do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, em 1932, da concepção da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em 1961, e da promoção da Reforma Universitária de 1968, além de ter elaborado o anteprojeto e o projeto que deram origem à Universidade de São Paulo. E suceder também o titular anterior, Moacyr Expedito Marret Vaz Guimarães, um semeador de conhecimento e de escolas, entre as quais a Universidade Estadual Paulista (UNESP) — dá a exata dimensão do prêmio que mereci e da responsabilidade que ele me impõe.
Fico pensando que foi, talvez, por eu ser fonoaudióloga de formação que vocês me escolheram para uma posição tão elevada…
Porque sabiam que me deixariam muda de espanto e de alegria, e haveriam de querer que eu logo recuperasse a fala, a tempo de estar aqui hoje!
Eu não faço referência à minha fonoaudiologia apenas para não perder a piada. Embora não se deva desperdiçar nenhuma chance de humor, nos tempos sisudos que vivemos…
Eu falo da fonoaudiologia também para dizer o quanto devo a ela, no meu percurso profissional. E para refletir sobre como a origem da área, originalmente na saúde, pôde me levar a uma academia paulista que não é a de medicina, e sim a de educação.
Como ela pôde me trazer até aqui, para me apresentar a vocês e agradecer, em boa voz, o privilégio de conviver com as maiores expressões educacionais da minha terra, no meu tempo.

Mas, antes de dizer quem procurei ser na educação, faço uma referência rápida à minha origem familiar. Para dizer que, além de um punhado de bravas mulheres, eu venho não de um, mas de dois Atalibas Leonel.
Dois empreendedores, combatentes, homens de ação. O patriarca do meu clã e o meu pai.
O advogado Ataliba, fazendeiro e político, inscreveu o nome nesta cidade pelo que fez como líder do Partido Republicano Paulista e depois como general, comandante da Brigada do Sul, na Revolução Constitucionalista de 1932.
O engenheiro Ataliba, neto dele, me deu a vida e o sobrenome. Hoje ele está com 95 anos e me transmitiu a sua enorme paixão por viver. Mais do que isso, cravou nos meus genes o seu espírito inquieto, criador, produtivo.
Porque eu também sou, e sempre fui, de “inventar moda”, incansavelmente, como a minha avó Celina, minha Dinda, dizia de nós dois.
Eu não nasci para fazer as coisas do mesmo jeito, nem consigo conviver com o tédio. A inquietação é o que me move, sempre adiante, sempre atrás de um novo desafio.
É assim desde que iniciei o meu curso universitário, na PUC de São Paulo, no já distante e ainda tão próximo ano de 1971. À época, o curso não era reconhecido pelo Ministério da Educação e a própria fonoaudiologia não era uma atividade regulamentada. A luta por essa dupla institucionalização me recrutou imediatamente, tão logo tive ciência dela.
Com um grupo de companheiras — Angela Sprenger, Cecília Bevilacqua, Clélia Bolaffi, Dedé Dias Gomes, Isis Meira, Lila Puppo, Regina Freire — eu combati em todos os foros e atuei em todas as frentes para ter um diploma válido e um campo de trabalho organizado e seguro.
Foram 10 anos de luta. A primeira vitória, o reconhecimento do curso, veio em 1977. A regulamentação da profissão conseguimos em 1981.
Já no começo dessa primeira década, ainda estudante universitária de fonoaudiologia, eu me iniciei na atividade profissional como professora primária — como eram chamadas naquela época aquelas que faziam o curso Normal.
Fui trabalhar no Colégio Santa Maria, aqui em São Paulo. Comecei literalmente no “chão de escola”, sentada com as crianças da então pré-escola, hoje educação infantil, e as do 1o grau, hoje ensino fundamental, para compreender as suas necessidades e apoiá-las, na alfabetização e nas primeiras aprendizagens.
Logo depois, eu estava em pé diante de classes universitárias da PUC, como professora do curso em que me formei e ajudei a regulamentar.
Então, eu já estava graduada e já atuava como terapeuta clínica. Ainda trabalhava no Colégio Santa Maria e iniciava a pós-graduação. E foi quando iniciei outra etapa muito importante da minha vida: a maternidade.
Sou mãe de três pimpolhos — Ricardo, Roberto e Renata. Os três puderam acompanhar a agitação da mãe, conviver com as minhas “invenções de moda”, e me apoiar nesta longa e louca trajetória. Muitas e muitas vezes, os três me acompanhavam durante o trabalho na PUC, onde permaneci por 31 anos.
As experiências paralelas, na Educação Básica, na Superior e na prática clínica, convergiram para a minha dissertação de Mestrado — Estudo da produtividade de estruturas coordenadas reduzidas em crianças do 1º grau —, que eu defendi também em 1981.
Eu já estava bem atarefada nesse tempo, como vocês podem ver. Mas foi na segunda década do meu percurso profissional que o ritmo de trabalho e de produção acelerou vertiginosamente.
Além da docência, da pesquisa e da maternidade, eu agora iria experimentar uma atividade nem sempre compreendida, e raramente apreciada no meio acadêmico, e que seria a atividade central na minha vida em anos futuros: a gestão.
O primeiro desafio nesse campo foi a coordenação do curso de fonoaudiologia da PUC, que assumi em 1982.
O cargo ampliou o meu envolvimento com a universidade, como fonte da ação transformadora que eu desejava empreender. E reforçou o meu compromisso com a formação do fonoaudiólogo. Mais especificamente, com o significado da sua prática social.
Ao longo de quatro anos, eu coordenei uma reforma curricular que ampliou significativamente as disciplinas voltadas à prática.
Coordenei projetos de integração da universidade com o ensino de 1º grau, em São Paulo e em Roraima, dentro do programa MEC-SESU.
Criamos atividades práticas no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, da PUC, nas creches e EMEI da Prefeitura de São Paulo, e em escolas de 1º e 2º graus.
“Tanta moda eu inventei”, que a Reitoria da PUC me convidou a assumir a recém-criada Coordenação Geral de Estágios da universidade.
Tudo isso, evidentemente, me permitiu um enorme acúmulo de reflexões e convergiu, mais uma vez, para uma tese acadêmica. Agora, a de doutorado, que defendi em 1987 na PUC, com um título provocativo: Sobre a Ameaça de Falar.
Por que ameaça? E por que provocativo?
Porque eu notava que a fonoaudiologia se colocava como uma ciência que, por meio de “ações preventivas”, pretendia colaborar com a escola na diminuição do fracasso escolar.
Como especialista em linguagem ou em problemas de linguagem, o fonoaudiólogo assumia uma postura em que o seu saber técnico-científico específico era usado para detectar, tratar e, inclusive, prever problemas de linguagem.
E esses problemas eram apontados como uma das principais causas das dificuldades escolares enfrentadas por algumas crianças, principalmente as provenientes da classe trabalhadora.
Apontei a criação de artifícios, inclusive linguísticos, que justificavam essa ação controladora e que instituíam uma doença imaginária: a doença “problemas de linguagem”. A patologia dos “falantes-alunos-doentes”.
Foi o meu libelo contra a medicalização excessiva da fonoaudiologia, em favor do seu entendimento também como ciência social. E da compreensão de aspectos da
fala não necessariamente como distúrbios, mas como características de grupos sociais, a serem entendidas e respeitadas.
Não foi pouca cara-virada que enfrentei com esse discurso, de colegas que o viram como ameaça ao mercado de trabalho para fonoaudiólogos, que se abria nas redes de ensino e escolas.
Recado dado e doutoramento concluído, o meu foco se voltou ainda mais para as questões educacionais, da formação do fonoaudiólogo e no seu papel junto às escolas; no meu próprio papel, como gestora de atividades para a formação de pessoas.
Faço aqui uma parada, porque não posso deixar de registrar: no exato momento em que finalizei essa etapa acadêmica do meu percurso, eu conheci e me apaixonei pelo João — João Roberto Salazar —, meu companheiro por mais de 34 anos e com quem aprendi a desfrutar um outro lado da vida: a paixão pela natureza e pelos pequenos prazeres.
Éramos muito diferentes. João calmo e eu agitada. Ele tímido e eu expansiva. Mas as nossas características se complementavam e permitiram a construção de uma linda história, que me alimenta até hoje. Além de ganhar três filhos postiços, eu construí com ele uma bonita família: seis filhos e nove netos.
MAS VOLTANDO À MINHA TRAJETÓRIA PROFISSIONAL…
Passei, então, a me dedicar ao estudo dos cursos de pós-graduação.
Eu fazia parte do CEPE, o Conselho de Ensino e Pesquisa da universidade, e constatamos que a PUC se concentrava em oferecer cursos de pós-graduação stricto-sensu, para formar pesquisadores e preparar docentes para o terceiro grau.
Mas o mercado demandava mais os cursos lato-sensu, para profissionais que buscavam atualização, aprofundamento e especialização profissional.
Estava claro que os cursos stricto-sensu eram insatisfatórios para os alunos não-docentes, e que havia necessidade de criar ou reorientar os programas de pós-graduação, para atender a essa nova clientela.
Foi o que a CAPES reconheceu e incentivou a fazer. E foi o que fizemos, revisando normatizações internas puristas, que obstruíam o desenvolvimento dos cursos lato-sensu.
Esse trabalho me conduziu ao próximo desafio, como integrante da PUC de São Paulo. Aqui já estou em 1991, no início da terceira década de minha vida profissional.
Em parceria com a minha querida Angela Sprenger — colega de classe no curso de fonoaudiologia, também docente na PUC e parceira de toda a vida, que nos deixou no ano passado —, eu assumi uma missão muito maior, e ainda mais definidora do meu perfil profissional atual: a missão de reestruturar e expandir a COGEAE, a Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão da universidade.
O novo front de batalha seria agora a palavrinha que completava a sigla da COGEAE — a extensão. E iria envolver todas as áreas da PUC.
A extensão é sempre proposta como uma das funções básicas da universidade, em conjunto com o ensino e a pesquisa. Mas naquele momento, como ainda hoje, é a menos prestigiada das três no mundo acadêmico.
Ainda é o patinho feio, entre dois cisnes exuberantes e vaidosos. Embora tenha crescido e se fortalecido muito, nesses mais de 30 anos.
Mas na PUC de 1991, a extensão ainda ocupava um espaço pequeno de trabalho efetivo e de reflexão, quando comparada com o ensino e a pesquisa, o que tornava difícil elaborar uma política para norteá-la.
Mas já eram sólidos na PUC os pressupostos humanistas de que a universidade deve manter uma relação íntima com a sociedade, e tem o compromisso de atuar para mudanças, com concepções claras de ética e justiça social.
Então, levamos à frente o desafio de implantar uma política de extensão discutida no Conselho de Ensino e Pesquisa. E este foi o tema do meu concurso para professora titular da PUC.
Foi nesse momento também que nos lançamos, decididamente, nas atividades de educação à distância, mesmo antes da internet ou em paralelo a ela.
Usamos a tecnologia do BBS (Bulletin Board System) já em 1994, para cursos experimentais remotos voltados aos empresários de pequenas e médias empresas. Quando a internet estreou, em 1995, lançamos de imediato cursos de inglês instrumental, francês e texto empresarial.
E usamos ainda a televisão, a nossa TV PUC, para realizar teleconferências e programas educativo-culturais, via satélite ou TV a cabo, inclusive interativos.
Vocês devem ter assistido a algum dos programas da série de filosofia Diálogos Impertinentes, que realizamos em parceria com a Folha de S. Paulo, a NET Brasil e o SESC, com apresentação de Mário Sergio Cortella e direção de Gabriel Priolli.
De 1991 a 1996, a COGEAE ofereceu cerca de duas mil atividades para um público direto de aproximadamente 75 mil pessoas e o setor cresceu 150% na oferta de cursos e serviços. Aumentou em 190% o número de pessoas atendidas.
A experiência que acumulamos na extensão da PUC, nessa primeira metade dos anos 90, levamos na segunda metade para a Universidade de Mogi das Cruzes, a convite do Prof. Roberto Leal Lobo e Silva.
Lá assumimos, Angela e eu, a Diretoria de Extensão e Assuntos Comunitários, outra grande experiência fora dos muros da PUC SP, e que permitiu dar o grande salto seguinte, em 1999, para a Fundação Carlos Alberto Vanzolini.
Ali, na Vanzolini, eu e Angela assumimos a coordenação executiva de projetos, da área de Gestão de Tecnologias em Educação, a GTE, como é chamada, e que foi conduzida de forma brilhante e inspiradora pelo Prof. Guilherme Ary Plonski, como coordenador geral da área por longos 22 anos.
Foi na GTE que eu pude juntar o que aprendi sobre processos educacionais, na minha formação e experiências vividas, ao que fui conhecendo dos processos de operação e gestão trazidos da Engenharia de Produção — a área de origem da Vanzolini.
Aprendi a “engenheirar” soluções para problemas educacionais, atendendo às necessidades de incontáveis parceiros, entre governos e organizações do terceiro setor.
O PEC-Formação Universitária — curso de licenciatura plena promovido pelo governo de São Paulo no início deste século, para 6.500 professores normalistas efetivos da rede estadual, além de 11.200 das redes municipais de SP em parceria com a UNDIME, que coordenamos a convite da Rose Neubauer e Hubert Alquéres, sob a orientação da Profa. Guiomar Namo de Mello — foi o estopim para mais de duas décadas de trabalho, na área de capacitação com apoio de tecnologia.
Foi nele que pudemos desenvolver um modelo de formação e gestão de redes educacionais em larga escala, aplicado com sucesso em vários projetos posteriores.
Ele gerou a Rede do Saber, coordenada por 20 anos por uma equipe que eu pude liderar, e há pouco transformada e ampliada, para constituir o CMSP — o Centro de Mídias da Educação de São Paulo —, que enfrentou o enorme desafio de prover ensino remoto a milhões de estudantes paulistas, durante a pandemia do coronavírus.
Nosso modelo gerou também o TecREG — Programa de Tecnologia para Rede de Escolas de Governo de São Paulo, uma iniciativa do Dr. Sidney Beraldo. Gerou ainda o programaSaúde em Rede, em operação até hoje na Secretaria de Saúde do estado de São Paulo.
Foi um privilégio participar de programas tão desafiadores e inovadores. Assim como foi apoiar a construção de matrizes e propostas curriculares para o nosso país.
Desde o nível municipal, como as que implantamos na rede pública de Jundiaí, sob a gestão do meu hoje companheiro de Academia, o confrade Prof. Francisco Carbonari, passando pelo estadual, a convite da Profa. Maria Helena Guimarães, com o projeto São Paulo Faz Escola e depois o Currículo Paulista, até o federal, com a Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, e também o novo Ensino Médio — todos eles sob a coordenação pedagógica da Profa. Ghisleine Trigo Silveira.

Na GTE-Vanzolini, criamos soluções de conteúdo e integração curricular para a empregabilidade de públicos específicos, como a Educação de Jovens e Adultos/EJA, o Via Rápida Emprego, o Portal Cate e o programa Minha Chance.
Participamos da elaboração de propostas para a criação de políticas públicas como o Plano Estratégico de Economia Criativa do governo de São Paulo, em 2016, da ampliação da capacidade de atendimento da Univesp, em 2017, de programas de apoio às redes de ensino do país como o Educarede, no início do século, depois o Portal Escola Digital e, ainda, na implementação do Programa SP SEM PAPEL executado pela Prodesp em parceria com o Arquivo Público de SP sob a direção do Fernando Padula. Sempre tendo a inovação como foco central das soluções propostas.
Atuamos no desenvolvimento institucional e na capacitação em serviço de equipes, principalmente em redes públicas de ensino, autarquias e órgãos públicos — como o Detran-SP, a Prodesp, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, a Subsecretaria de Serviços ao Cidadão, Tecnologia e Inovação, Secretaria de Educação do Rio Grande do Norte e também do Pará, dentre tantos outros… sem esquecer dos projetos focados em inovação apoiados por instituições de fomento como BID, BIRD, NESTA e outras…
Enfim, durante esse período produtivo, com o apoio e intensa participação da equipe fantástica que constituímos ao longo desta caminhada, cujos nomes eu ficaria aqui horas citando, Angela e eu desenvolvemos uma metodologia própria, para atender às demandas que nos chegavam.
Partindo do diagnóstico de problemas reais apresentados por parceiros e contratantes, criamos soluções sob medida, utilizando metodologias inovadoras, replicáveis em outros cenários de formação de pessoas e capacitação em serviço.
Soluções estruturadas em rede e apoiadas em mídias interativas, além de tecnologias no estado da arte, como, mais recentemente, a inteligência artificial. Verdadeiro trabalho de produção intelectual que tem a autoria de muitos.
Agora, quase 24 anos depois, eu vivo mais um momento de transição.
Deixo a coordenação executiva da GTE, para iniciar uma nova etapa em minha vida profissional. Para encarar e vencer novos desafios.
Assumo a posição de diretora-presidente do Instituto i— Instituto de Desenvolvimento de Tecnologias e Inovações em Educação e Gestão —, para seguir no mesmo rumo, mas por outro caminho.
Para seguir desenvolvendo ações focadas em promover educação, cultura e políticas públicas, e atuar na concepção, implementação e gestão de projetos de alto impacto.
Ações e projetos comprometidos com o desenvolvimento sustentável, com a melhoria do atendimento aos cidadãos e que possam transformar a vida das pessoas.
E é assim que, depois desse longo percurso, eu concluo com uma constatação.
Eu não podia imaginar, quando tudo começou, mas foi na GTE-Vanzolini que adicionei mais uma palavra ao meu sobrenome.
Era Leonel de berço e já havia adotado o Scavazza, quando me casei pela primeira vez. Mas me tornei conhecida também como a “Bia da Vanzolini”, pelo tanto que eu e o trabalho nos identificamos.
Agora volto a ser apenas eu mesma, com a história que carrego e o nome que construí: Beatriz Leonel Scavazza.
Esse nome que vocês inscrevem hoje nesta Academia — para minha responsabilidade, meu orgulho e minha gratidão.
Muito obrigada.”