A Associação Brasileira de Avaliação Educacional (ABAVE), presidida pela acadêmica Maria Helena Guimarães, prestou nesta edição do seu XIII Congresso uma homenagem especial à Professora e também Acadêmica Bernardete Angelina Gatti, reconhecimento mais do que merecido para quem dedicou décadas da vida à pesquisa e à promoção da qualidade na formação de professores no Brasil.

Bernardete Gatti, pedagoga pela USP e doutora em Psicologia pela Universidade Paris VII, é uma das maiores referências nacionais em formação de professores, avaliação educacional e metodologias de investigação científica. Sua pesquisa pioneira, iniciada nos anos 1960, contribuiu decisivamente para iluminar a fragilidade de muitos cursos de licenciatura, em especial quando apontou como disciplinas de didática e psicologia da educação foram sistematicamente subdimensionadas nos currículos acadêmicos.

Durante o congresso, foi destacada sua atuação junto à Fundação Carlos Chagas, onde ocupou cargos de liderança como coordenadora de departamento, superintendente de pesquisa, vice-presidente da instituição; além disso, também atuou como docente na USP, na PUC‑SP e na UFSCar e como presidente do Conselho Estadual de Educação de São Paulo. Todos esses cargos refletiram não apenas a produtividade acadêmica de Bernardete, mas seu compromisso social com a valorização docente, a equidade e o rigor científico.

A homenagem no XIII Congresso da ABAVE reforça a percepção de que sua trajetória é inspiração para gerações de educadores: foi lembrada tanto por seu pioneirismo como pela clareza com que sempre defendeu que formar professores vai além de transmitir conteúdo — é ensinar a ensinar, envolver-se com as práticas, com o aluno, com o entorno escolar e com as necessidades concretas da escola. Maria Helena Guimarães, ao conduzir o evento, ressaltou como o exemplo de Bernardete é parte viva da missão da ABAVE de trazer avaliação educacional não só técnica, mas ética e formativa.

Para quem acompanha a educação brasileira, a homenagem reafirma a importância de manter acesa a reflexão – e as ações – sobre como formar professores capazes de atuar com competência, humanidade e comprometimento. Bernardete Gatti não é apenas pesquisadora distinguida; é voz que ecoa em cada sala de aula que exige mudança, em cada currículo que busca equilíbrio entre teoria e prática.