DISCURSO DE RECEPÇÃO DE PROF. DR. FÁBIO ROMEU DE CARVALHO À CADEIRA 04 – 11 maio 2017
Discurso de Recepção de prof. Dr. Fábio Romeu de Carvalho à Cadeira 04 da Academia Paulista de Educação neste dia 11 de maio de 2017 na Universidade Paulista em evento no Auditório da Unip/Paraíso, (Rua Vergueiro, 1211, São Paulo)
prof. Dra. Márcia Lìgia Guidin, cadeira 6.
· Prezados senhor Presidente da APE, PROF.Reinaldo Polito, a quem cumprimento em nome também de todos os confrades e confreiras presentes.
· Magnífico Reitor da UNIP, dr. João Carlos Di Gênio, em nome de quem cumprimento todas as autoridades da Unip presentes .
· Professor Carlos Rolim Affonso, também recepcionado e m sessão solene de Posse nesta Noite, parabéns.
· caros colegas da Academia, professores, alunos e convidados.
Se digo que é uma grande honra apresentar e recepcionar o professor Fabio Romeu de Carvalho em sessão solene de posse como Titular da Cadeira 4 da Academia Paulista de Educação, cometo um clichê, mas não escapo de uma grande verdade.
Fico honrada, sim. Em primeiro lugar, porque o professor Fabio Romeu de Carvalho é educador da maior relevância para São Paulo e para o país, tem um vasto trabalho de quase mais de 40 anos na Educação e sobretudo na Educação de Ensino Superior.
Em segundo lugar, porque é hora mais do que justa de registrarmos devidamente a dedicação deste MESTRE, que, como muitos de nós, egresso da universidade pública na Graduação, nas Especializações, no Mestrado e no Doutorado, não teve nenhuma dúvida em dedicar toda sua vida de Educador à Escola e Universidade Privada.
Sabemos que muitos docentes, “filhos” das universidades públicas, o que querem mesmo é voltar para ela. Muitos passam anos por concursos para serem docentes da escola de onde provieram.
Mas Fábio Romeu de Carvalho sempre teve muito clara a consciência pedagógica de que a universidade privada também precisava e precisa – muito– de sua formação. Fábio teve consciência de que o docente com uma formação como a sua carrega consigo uma tarefa bastante importe: retribuir à sociedade, que nos pagou os estudos, levando seu saber para os alunos que, por muitas razões, não chegaram,,como no caso de São Paulo, à USP, à UNICAMP, à Unesp. Como alguns outros colegas, Fabio soube diminuir distâncias, ás vezes extensas, na formação de seus jovens engenheiros e matemáticos, graduandos e pós-graduandos.
O que quero dizer é que nem sempre opção do mestre pela universidade privada é UMA segunda opção. Pode ser eleição. O vasto trabalho de Fábio Romeu de Carvalho como docente e, depois, vice-reitor tem sido prova de sua incansável luta para ajudar a assegurar a formação – a mais completa possível –- de tantos alunos.
Braço direito da Reitoria desta Universidade – à qual tem dedicado, convicto, toda sua vida profissional, Fábio sempre exigiu de todos nós a tarefa de formar quem precisa ser formado. De ajudar a transformar jovens com poucos recursos em engenheiros, matemáticos, pedagogos, docentes e cientistas. Às vezes, com bolsas de estudos, às vezes com o incentivo de sua experiência.
Além disso, Fábio sempre estimulou atletas, ampliou, organizou e supervisionou as licenciaturas. (Sei disso muito bem, pois trabalhei 24 anos sob sua reitoria e acompanhei sua merecida ascensão profissional).
De quantas reuniões, professor Fábio, eu e outros, participamos nos primórdios da UNIP, para definir caminhos e estratégias didáticas aos novos alunos – estou lembrando dos institutos antigos IEP, IOP, IUP.
Todos sabem que Fábio Romeu de Carvalho deu ao curso de Engenharia da UNIP visibilidade e estatura que poucas outras escolas atingiram desde os anos 80.
Em terceiro lugar, (os senhores já adivinham), tenho orgulho de recepcionar o professor Fábio, pois sou sua amiga.
E, como manda o protocolo, é minha tarefa lhes dizer quem é o professor FÁBIO ROMEU DE CARVALHO, que ocupará solenemente, a partir de hoje, a cadeira 4 – cujo fundador foi Alberto Rovai, e cujo patrono foi João de Deus Cardoso de Mello.
Fábio Romeu de Carvalho é Doutor em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da USP, Mestre em Filosofia pela FFLCH da USP, Especialista em Ensino Superior pela Universidade de Brasília, além de ser graduado também em Engenharia, Pedagogia e Matemática. Ou seja, conciliou o que a cultura acadêmica muitas vezes considera inconciliável: as letras, os cálculos e a lógica.
É por isso, claro, que Fabio pôde produzir várias obras antológicas. É por isso que foi excelente Conselheiro do Conselho Estadual de Educação. Hoje, como sabem, ocupa o cargo de Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças de UNIP – mas continua Diretor do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (o ICET) – área das mais movimentadas na comunidade.
Nosso novo acadêmico tem recebido, nesses anos de trabalho, inúmeras honrarias, além de participar de vários congressos e palestras no Brasil e no exterior. Uma dessas honrarias é afinal, esclarecedora: há pouco tempo, em 2012, Fábio Romeu recebeu o titulo de Cidadão Paulistano, outorgado pela Câmara Municipal da cidade.
Por quê?? Porque – e isso poucos sabem –, o professor Fábio Romeu nasceu mineiro. Então muito se explica: por trás de seu célebre comedimento e discrição, lá está o Fábio mineiro. E como bom mineiro, espera pela cor da fumaça antes de tomar decisões. Nunca dá o passo maior que as pernas, Nem amarra cachorro com linguiça. É assim que Fábio dirige sua vida e a UNIP.
E como diz o poeta: “Mineiro não perde trem. Mas compra bonde. E vende para paulista como locomotiva”. Pois é, Fabio veio a São Paulo, tomou seu bonde profissional e o ajudou a virar a locomotiva universitária.
Será que hoje, nesta noite tão especial, seus ex-alunos e colegas sabem que você e seus irmãos iam a cavalo, com chuva ou sol, para a escola, distante 8 km da casa onde viviam? Sabem eles que você chegou sozinho à capital, para estudar, aos 17 anos, e teve de viver por favor numa casa de amigos? E que, para economizar você almoçava e jantava todos os dias no Exército da Salvação, aqui mesmo, no bairro da Liberdade? Tenho certeza de que você se orgulha dessa época de grande esforço pessoal.
Aliás, Fábio não pensava em ser professor, queria ser engenheiro e até andava de ônibus com a tal famosa régua T, de todos os primeiranistas de engenharia. (Eu sei muito bem o valor simbólico da Régua T, Fabio, casei com um engenheiro).
Mas o trabalho lhe chegou como professor, num cursinho, e, meses depois, meus caros presentes, como ninguém escapa à sua história e época, você comprou um fusquinha ano 60.
Que vintage, hein?
E foi no curso Objetivo, que você ajudou a mudar o paradigma de ensino pré-vestibular. Quantas apostilas você criou naquela nascente concepção didática depois estendida e ampliada na criação do Colégio Objetivo?
Quase nada lhe falta, professor Fábio; para quem é mineiro, teve um fusca só faltava, a imortalidade.
Esta, agora você já tem. Parabéns pelo seu ingresso como titular da Cadeira 4. A Academia Paulista de Educação fica honrada e espera sua grande colaboração para ajudar a pensar, analisar e melhorar a tão carente Educação neste país.
Muito obrigada.
Márcia Lígia Guidin