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Home›Informações›Estudos e Pesquisas›Discurso de Saudação ao Acadêmico Joaquim Pedro Villaça de Souza Campos.

Discurso de Saudação ao Acadêmico Joaquim Pedro Villaça de Souza Campos.

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14 de abril de 2011
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DISCURSO DE SAUDAÇÃO AO ACADÊMICO TITULAR

JOAQUIM PEDRO VILLAÇA DE SOUZA CAMPOS

PELO ACADÊMICO TITULAR PAULO NATHANAEL PEREIRA DE SOUZA

 

2/5/2001

 

 

 

Senhor Presidente da Academia Paulista de Educação

Senhores Acadêmicos

Minhas Senhoras e Meus Senhores

Eminente Professor Doutor Joaquim Villaça de Souza Campos:

 

  1. Não sei se fazia parte de seus planos existenciais vir, um dia, a compor os quadros desta Academia, onde se agrupam colegas seus dedicados à ação educativa e aos estudos da ciência e da arte de educar. Dos nossos, em tê-lo entre nós, certamente fazia, eis que dentre os vários deveres, pelos quais pautamos nossa atividade acadêmica, destaca-se o de identificar personalidades, que pelo seu curriculum-vitae tem atestada sua dedicação à causa da educação brasileira. E, como se verá, Vossa Excelência veste, com exuberância, o figurino havido como requisito essencial para quem venha a ter acesso a esta congregação de experimentados profissionais. Por isso o escolhemos, por isso foi o seu nome sufragado por unanimidade e por isso hoje o recebemos solenemente no círculo seleto dos que compõem este consistório. Seja bem-vindo e sinta-se em casa.
  2. Por razões que não vem a pelo aprofundar, nesta oportunidade, a ideia de academia, um tanto amoldada historicamente aos jardins de Platão, pela natureza das suas ações, e ao Senado romano, pela maturidade de seus integrantes, traz em seus fundamentos dois pressupostos por muitos havidos como essenciais: um, o de que, para nela chegar, há que ser matusalêmico, e outro, o de que, quem dela participa passa a adquirir um brevê de imortalidade. É possível que quem assim entenda possa até mesmo ter razão, porém não deve ser levado ao pé da letra, pelo menos no caso concreto desta academia, onde, como se sabe, não há idosos, senão experientes, e onde a imortalidade pouco importa, eis que todos pensamos como Bernard Shaw, que na “Volta a Matusalém”, exclamou, com a ironia que todos lhe reconhecem: “Eu não sou bastante forte para suportar a eternidade!”. Se efetivamente válidos fossem esses dois pré-requisitos, nem Vossa Excelência, nem qualquer de nós, que o precedemos neste cenáculo de educadores aqui poderíamos ter assento e presença! Somos todos jovens, “ratione material”, eis que a educação, por seus compromissos com a esperança, revitaliza e rejuvenesce os seus cultores, além de não visarmos a imortalidade, que não sendo atributo humano, não nos deve iludir, nem preocupar, como um bem a ser eventualmente perseguido e conquistado, mercê de uma carreira profissional bem sucedida. Até porque os que, pela condição acadêmica, se vangloriam da imortalidade não se dão conta de que, ao morrerem, sua fugaz eternidade e fama acabarão por serem postas em cheque pelos sobreviventes, cuja memória costuma ser fraca e pouco justa para com os que deixaram a vida. Assim como o inferno de Anatole France está cheio de gente bem intencionada, os cemitérios andam bastante povoados pelos imortais… A Academia o recebe, professor Joaquim, como a todos nós nos recebeu, em sua plena amadurecida juventude e sem necessidade de enganá-lo com promessas de eternidade.
  3. O que o traz para nós, nesta tarde, é o somatório dos seus méritos como intelectual e educador. Não são poucos, nem pequenos, e para que me não perca no anunciá-los todos, pinçarei ao acaso alguns deles, para que seus confrades nesta casa possam formar juízo suficientemente justo do seu valor e das obras em que atuou ao longo da vida. Sociólogo formado na tradicional e histórica Escola de Sociologia e Política de São Paulo, sede, desde 1933, de um modelo de Centro Universitário aberto e mais moderno do que todos os demais, e pós-graduado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, onde fez mestrado e doutorado, desenvolveu estudos de pós-doutoramento na Universidade de Duisburg, na República Federal da Alemanha. Membro do corpo docente da USP e da PUC, atuou por muitos anos no magistério universitário, dos cursos de Educação e Economia, mantidos por esses importantes conglomerados de educação superior de São Paulo e do Brasil. Ademais, dedicou-se à pesquisa, tendo produzido importantes textos sobre a América Latina, sob os auspícios da universidade teutônica de Munster. Dividindo sua atividade acadêmica entre o Brasil e a Alemanha, nos últimos vinte anos, adquiriu o respeito de educadores e autoridades de ensino de ambos os países, o que lhe valeria o mandato de Conselheiro junto ao Conselho Estadual de Educação de São Paulo, entre os anos de 1980 e 1983. Sua mais destacada ação, como educador e sociólogo, teria lugar junto à Fundação Estadual do Bem Estar do Menor – FEBEM -, cuja presidência veio a exercer entre os anos de 1993 e 1994. Foi, possivelmente, o mais difícil e complexo desafio, com o qual se teve de haver, em sua longa e atuante carreira de homem público. Porque a FEBEM, concebida e organizada como uma agência governamental de atendimento e recuperação da infância e da juventude marginalizadas pelas condições negativas desta sociedade, pouco afeita à prática da justiça e da solidariedade, acabou se convertendo, ela mesma, numa causa de agravo às condições de vida da população a que visava amparar. E, em vez de funcionar como casa de custódia, educação, socialização e profissionalização de seus internos desviados da conduta socialmente desejável, acabou por converter-se num órgão repressivo e policialesco, inspirado menos na escola, e mais nas prisões de segurança máxima. A tal ponto extremou-se essa equivocada concepção de atendimento à infância e à juventude fora da lei, que a FEBEM, contrário sendo de seus fins institucionais, converteu-se no mais grave problema de violação dos direitos humanos de que se tem notícia atualmente, no País. Definitivamente, a questão dos menores transviados só se resolverá pela ação de educadores, e não pela de agentes penitenciários e de membros das tropas de choque da Polícia Militar. É claro que não se pode descartar a presença da segurança pública nos projetos de controle da violência, inerente à ação dessas coletividades desviadas da normalidade das relações sociais. Mas que seja presença adjetiva, eis que a substantividade da ação, nesses casos, deve pertencer a projetos educativos de estudo, trabalho e lazer, dosados e adequados a cada grau de necessidade e periculosidade dos que na FEBEM se internam. E isso ficou claramente demonstrado no período em que o professor Joaquim Villaça de Souza Campos ocupou a presidência do órgão. Fui testemunha ocular dos seus esforços para que a humanização dos métodos de ressocialização dos menores alcançassem êxito, sem necessidade do uso da violência, como prática preferencial, da ação do Poder Público sobre essas coletividades desamparadas e desassistidas. E esse foi certamente o mérito maior do educador, que hoje recebemos entre nós. Fazer educação à luz das regras consagradas da escolaridade formal, já de si, exige dos professores não pequeno esforço, além de uma imensa e indiscutível competência profissional. Mas fazê-la nas condições negativas de um sistema, como o que vigora na FEBEM, demanda da parte dos seus agentes a posse de doses excepcionais de idealismo, de humanitarismo e de crença no poder da educação, como força modificadora da conduta dos desamparados por Deus e pelos homens. E nisso seria exemplar este nosso novo companheiro das lides acadêmicas. É certo que não duraria muito no cargo, eis que sua heterodoxia de métodos não demoraria a incomodar os adeptos da pancadaria, como regime pedagógico ideal, bem como os que precisam da manutenção do “status quo” do quanto pior, melhor, para alimentar os fluxos de verbas das Caritas europeias, que já se tornaram cômodos meios de vida para alguns padres de passeata. Mas, o tempo que lá permaneceu foi mais do que suficiente para que em sua personalidade se destacasse esse traço de fidalguia a que se referia Vieira em um de seus famosos sermões, ao afirmar que “As ações generosas, e não os pais ilustres, são as que fazem fidalgos”. Embora pertença o professor Joaquim a aqueles “tradicionais troncos paulistas”, a que alude um grande jornal ao noticiar a morte dos quatrocentões, na verdade sua fidalguia lhe vem menos do sangue do que das ações. Seja, pois, um dos nossos, caro recipiendário, e que sua experiência venha fortalecer esta Academia, cuja missão precípua é a de juntar contribuições feitas à educação brasileira e à cultura nacional, por personalidades de escol, que atuam no sistema de ensino, a fim de ajudar o Brasil a encontrar os caminhos do seu desenvolvimento. São caminhos que visam o tempo todo incluir na sociedade, devidamente preparados para o exercício da cidadania e do trabalho, os milhões de jovens, que a cada geração, compõem o perfil demográfico nacional. Essa é a grande responsabilidade de nós todos, educadores, porque, ou o Brasil se salva pela educação de sua gente, ou nada salvará o Brasil, na sua luta para inserir-se na nova civilização informatizada e global.

 

 

São Paulo, 02 de maio de 2001

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