A Acadêmica Ghisleine Trigo informa que dados recentes revelam um quadro alarmante: 1/3 das crianças e adolescentes que têm perfis em redes sociais mantêm-nos totalmente abertos ao público, sem qualquer proteção ou controle de quem pode ver suas postagens e informações pessoais. A informação foi divulgada pela plataforma Único por ocasião do Dia Internacional da Proteção de Dados.

Segundo a pesquisa realizada em parceria com o Instituto Locomotiva, 75% das crianças e adolescentes brasileiros entre 7 e 17 anos têm perfis em redes sociais, e quase metade desse público afirma não controlar quem os segue ou interage com sua conta.

Práticas comuns de exposição, como marcar localização, identificar familiares e postar fotos em ambientes frequentes, também aparecem com frequência no levantamento — 61% relatam usar essas estratégias.

Em 33% dos casos, o jovem chega a publicar fotos com uniforme escolar e indicar sua instituição de ensino, o que pode facilitar sua identificação e localização.

O estudo aponta ainda que muitos pais acreditam estar bem preparados para proteger a privacidade dos filhos online — 89% afirmam isso — mas 73% desconhecem ações básicas que podem aumentar o risco de vazamento de dados, como usar redes públicas de wi‑fi, reutilizar senhas ou clicar em links suspeitos.

Esses dados colocam em relevo a urgência da educação digital como dimensão indissociável do ensino contemporâneo. A privacidade digital — entendida como a capacidade de cada pessoa controlar a exposição de seus dados pessoais na internet — exige atenção desde cedo.

Para além de leis e normas, é necessário que educadores, famílias e instituições dialoguem e atuem para orientar práticas seguras no uso da tecnologia.

Ghisleine alerta para esse cenário “não basta ensinar conteúdos escolares sem preparar os estudantes para navegar em ambientes digitais com consciência, responsabilidade e proteção”.